Silvio Santos, ícone da televisão brasileira e proprietário do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), faleceu em 17 de agosto de 2024, aos 93 anos, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Internado desde o início de agosto, sua morte foi confirmada pela própria emissora. Uma das perguntas que surgiram após sua partida foi: por que ele não foi cremado?
A resposta está profundamente relacionada à sua fé. Silvio Santos, nascido Senor Abravanel, era judeu. No judaísmo, a cremação é vista como um pecado, especialmente dentro das tradições ortodoxas.
A visão do judaísmo sobre a cremação
No judaísmo, o corpo é considerado um “templo de Deus” e deve ser tratado com o maior respeito, mesmo após a morte. A cremação é vista como uma violação dessa santidade, já que, para os judeus ortodoxos, a destruição intencional do corpo impede que ele siga o ciclo natural de desintegração, o que é considerado uma parte importante do processo espiritual. Segundo a crença, a alma não se liberta completamente até que o corpo tenha se desintegrado naturalmente.
Além disso, os judeus ortodoxos também consideram a cremação um insulto à memória dos que foram vítimas do Holocausto, que tiveram seus corpos cremados em campos de extermínio. Esse trauma coletivo ainda impacta a comunidade judaica, fortalecendo a rejeição ao ato de cremar.
Embora algumas correntes mais liberais do judaísmo aceitem a cremação, esse rito continua a ser amplamente rejeitado, principalmente entre os judeus mais tradicionais, como era o caso de Silvio Santos.
Sepultamento Judaico
Silvio Santos optou por seguir as tradições judaicas de sepultamento, que incluem a lavagem ritual do corpo (Tahara), o envolvimento em uma mortalha simples (Tachrichim) e o sepultamento o mais rápido possível, sem embalsamamento ou adornos, conforme ditado pela lei judaica.
Essa tradição respeita o ciclo natural da vida e da morte, mantendo a crença de que o corpo e a alma devem seguir suas jornadas conforme os ensinamentos sagrados.